gretta sarfaty: como a maternidade impacta a vida de artistas, arte que acontece

Em depoimento ao ARTEQUEACONTECE, cinco artistas revelaram como a maternidade influenciou seus trabalhos e carreiras


É possível ter uma vida completa depois de ser mãe?
Gretta Sarfaty, mãe do Pedro, Rafaella e Vitoria

“Quando expus pela primeira vez, com um grupo de mais três amigas artistas, chamado GRAL, entre 1973 e 1974, eu já era mãe de três crianças. Um pouco mais tarde me divorciei e passei a me dividir entre Europa e Brasil, para poder estar com meus filhos e ao mesmo tempo poder avançar com meu trabalho como artista. Lá para o final dos anos 1980, quando morei em Nova York, eles também chegaram a ficar comigo por alguns períodos. Então conviviam com a dinâmica do ateliê e tudo mais. Foi bem complicado ter de lidar com as críticas que faziam, como se por ser mãe eu não pudesse me dedicar a outra coisa, devia ser exclusivamente mãe e acho que não é assim. Na época, meu trabalho estava associado ao feminismo, com o questionamento das pressões sobre a mulher e me viam como se estivesse negligenciando a maternidade. Mas, isso não era verdade, eu só estava tentando ter uma vida completa. Lembro-me das críticas externas e até de reclamações das crianças, como minha mais velha que chegou a me perguntar uma vez: ‘não tem como você ser uma mãe normal?’. Hoje, com 50 anos de carreira, sendo reconhecida e estudada por críticos e acadêmicos, expondo em museus importantes, parece que há uma reconciliação. Eles têm orgulho disso e entendem melhor. Minhas filhas também são mães, elas sabem como é!”


 
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