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duas naturezas


18 jan – 18 mar 2017

  • A Central Galeria tem o prazer de apresentar “Duas Naturezas”, exposição coletiva na qual participam 7 artistas: Gisele Camargo, Bruno Cançado, Simone Cupello, Simone Moraes, Flora Rebollo, Alexandre Wagner e Marco Maria Zanin.

    A exposição procura relacionar a ideia de dualidade e de ambiguidade presentes nas obras selecionadas, seja no processo de trabalho desses artistas (na escolha de materiais e de procedimentos) e/ou no resultado apresentado.

    Alguns trabalhos expostos são de uma natureza misteriosa, já que as imagens retratadas em pinturas ou desenhos, não se revelam imediatamente e nem por completo. Elas guardam em si uma espécie de enigma e ficam abertas para inúmeras leituras. Essa flexibilidade de interpretação dá ao espectador a liberdade de identificar nestas obras aspectos ligados à um repertório pessoal. Essas imagens carregam um certo grau de ambiguidade, já que muitas vezes elas transitam entre a abstração e figuras identificáveis e nomeáveis, mas sem necessariamente se enquadrar em uma categoria. Este é o caso das pinturas de Alexandre Wagner, Gisele Camargo e dos desenhos de Flora Rebollo.

    A natureza aparece em alguns trabalhos de formas distintas, às vezes como matéria-prima e outras, como resultado estético. Simone Moraes busca aliar em sua pesquisa elementos da natureza (como terra, folhas, espinhos, etc.) com ações performadas por ela. Em um dos trabalhos exibidos, a artista cria um conjunto de objetos feitos a partir de papéis amassados e cobertos com cera. Ao mesmo tempo em que o gesto no papel é bem marcante, a cera faz com que esses objetos adquiram formas orgânicas. Eles deixam de ser papéis e se tornam abstratos. Essa dualidade também aparece no trabalho de Simone Cupello, mas a artista tem um outro ponto de partida: fotografias antigas. Ela se apropria e as utiliza como matéria-prima, que depois de aglutinadas e esculpidas se transformam em pedras. As imagens das fotografias, que já foram registros particulares e afetivos de pessoas em algum outro tempo, dão lugar a objetos inusitados, como um retorno à natureza. Contudo, a potência da memória de uma pessoa ou de uma época continua ali presente, quase como encapsulada para a eternidade.

    Outros artistas da exposição, partem de elementos mais urbanos em suas pesquisas. Nos trabalhos apresentados por Bruno Cançado, o concreto é a matéria-prima principal. Eles se relacionam diretamente com o espaço e o gesto do artista é sempre bem registrado. As obras expostas sugerem certa maleabilidade à rigidez do concreto, dando a eles uma leveza inesperada. Já Marco Maria Zanin, se apropria de entulhos através de uma incessante busca pela cidade de São Paulo. O artista italiano cria então composições deslumbrantes em seu trabalho fotográfico. A primeira associação que se faz é com as tradicionais pinturas de natureza-morta mas as camadas de significados vão muito além da imagem e da composição estética. As fotografias também funcionam como uma espécie de catalogação de resquícios de demolição encontrados e guardam a memória de uma cidade que está em constante construção e destruição.

    “Duas naturezas” realça a dualidade presente nas imagens, nos gestos, nas relações, nos conceitos, na cidade, na natureza e em tudo que está ao redor.

vistas da exposição

 
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