estande U7 / setor uni, curadoria de ana sokoloff
carmézia emiliano
28 maio - 01 junho 2025
pacaembu, são paulo



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Para a ArPa 2025, a Central propõe um solo de Carmézia Emiliano. Artista indígena da etnia Macuxi, Emiliano nasceu em 1960, na comunidade da Maloca do Japó, localizada na tríplice fronteira Amazônica entre Brasil, Venezuela e Guiana. O estande integra o setor UNI, curado por Ana Sokoloff.
Na construção da história brasileira, com a dizimação dos povos originários, a cultura indígena sofreu um apagamento que perdura até os dias de hoje. Carmézia, como mulher indígena contadora de histórias, retrata a floresta não como objeto de suas pinturas, mas como sujeito ativo, que tem também os seus desejos e se movimenta conforme eles. “Eu pinto a cultura indígena para eu não me esquecer. E eu pinto mulheres, pois era o que eu fazia quando era pequena: vivia na maloca, pescava, ia para a roça, capinava roça, arrancava mandioca, ralava mandioca, fazia farinha, fazia bebida (caxiri). Tudo está gravado na minha memória. As mulheres, elas fazem tudo. Estou retratando as mulheres, que são mulheres poderosas. Então, eu pinto para não esquecer disso”.
Através da repetição de uma profusão de detalhes e uma eloquência cromática, seus quadros retratam paisagens, celebrações, objetos, a mitologia e o povo Macuxi, com ênfase na importância das mulheres para a comunidade, e a sua relação cotidiana com a natureza.
Carmézia trata de um tema que é decisivo para o nosso tempo: qual destino queremos dar para a nossa relação com a natureza?